Amazon On 2025: Governo vai exigir energia limpa em leilão para sistemas isolados no Amazonas
21/08/2025
(Foto: Reprodução) Evento Amazon On 2025 discute tecnologia e sustentabilidade na região
O Ministério de Minas e Energia (MME) anunciou, na quarta-feira (20), que o próximo leilão de energia para sistemas isolados na Amazônia terá como exigência o uso mínimo de fontes renováveis. A disputa, prevista para setembro e pretende reduzir a dependência do diesel, hoje responde por mais de 60% da eletricidade gerada nessas localidades, incluindo o estado do Amazonas.
O anúncio foi feito durante o evento "Amazon ON 2025", em painel sobre energias renováveis que reuniu especialistas do Brasil e do exterior para discutir soluções sustentáveis para a região.
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O edital, que deve ser publicado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) até o fim de agosto, prevê a contratação de lotes em 11 localidades do Amazonas e do Pará. No Amazonas, serão dois blocos: um para Camaruã, Novo Remanso, Cabori, Parauá e Limoeiro; e outro para Anamã, Anori, Caapiranga, Codajás e Coari. No Pará, o município de Jacareacanga será contemplado.
Segundo o secretário-executivo adjunto do Ministério de Minas e Energia, Fernando Colli Munhoz, o leilão exigirá que os empreendimentos garantam ao menos 22% do fornecimento com fontes renováveis. Também será considerado o custo do carbono emitido e adotados preços de referência para biodiesel e etanol.
"O consumo de diesel nos sistemas isolados é superior a 60%. Nossa meta é estabelecer diretrizes e deixar que o mercado ofereça as soluções mais econômicas, incentivadas pela precificação do CO₂", afirmou.
Dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) mostram que o Amazonas tem o maior número de sistemas isolados do país, quase o dobro de Roraima, segundo colocado. Apesar da oferta parcial de gás natural na rota Urucu-Coari-Manaus, a maioria das comunidades ainda depende de diesel para gerar energia.
Para Patrícia Naccache, oficial da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido), o leilão é um avanço para a região.
"Existem duas soluções para sistemas isolados: interligar à rede nacional ou gerar energia local, como a solar. O leilão será um ponto relevante para impulsionar essas soluções", afirmou.
A disputa será aberta ao setor privado, com regras que obrigam a inclusão de energia renovável e a precificação das emissões de carbono. A expectativa do governo é que o mercado supere a meta mínima sem aumentar a conta de luz.
O processo de licitação já passou por etapas como consulta pública e cadastramento de projetos interessados. A data do leilão está prevista para o fim de setembro.
