O que esperar de ‘Cirandaia’, o álbum em que Daniela Mercury faz feats com Alcione, Dona Onete e Zélia Duncan?
05/10/2025
(Foto: Reprodução) Daniela Mercury lança em 17 de outubro o 14º álbum de estúdio, ‘Cirandaia’, 22º título da discografia solo da artista
Célia Santos / Divulgação
♫ ANÁLISE
♬ Seguidores de Daniela Mercury estão mobilizados e ansiosos com a proximidade do lançamento do 22º álbum da discografia solo da cantora, Cirandaia, previsto para 17 de outubro. O título Cirandaia já é muito bom, sonoro.
As expectativas com o disco aumentaram após a artista revelar – em recente entrevista ao programa Estúdio I, da Globonews – que o time de convidados do álbum é estelar e inclui, além de Chico César (na já lançada faixa Deus tem mais ocupação), Alcione, Davi Kopenawa, Dona Onete, Geraldo Azevedo, Mayra Andrade, Vânia Abreu e Zélia Duncan, entre outros nomes.
Desde Vinil virtual (2015), disco fraco e verborrágico lançado há dez anos, Daniela Mercury vem fazendo álbuns com repertório predominantemente autoral. Só que, diante da habitual oscilação da produção autoral da artista, os discos de Daniela vêm soando irregulares nos últimos tempos.
Há esperança que haja em Cirandaia um maior equilíbrio entre composições autorais e músicas de lavras alheias, como no álbum Canibália (2009), para citar um exemplo. De todo modo, parece haver consenso, entre críticos e seguidores da artista, que o último grande álbum de estúdio de Daniela Mercury é Balé mulato (2005), disco lançado há 20 anos!
Sabe-se que Cirandaia tem duas músicas de Geraldo Azevedo (uma gravada pela cantora com o próprio Geraldo e outro com a irmã, Vânia Abreu). O feat com Zélia Duncan gera expectativa natural porque trata-se do encontro de duas cantoras militantes que têm levantado a voz contra as tiranias, defendendo a liberdade de expressão. A participação de Alcione na música É terreiro também promete. Já a música Quem vai segurar o céu? traz o ativista indígena Davi Kopenawa.
No geral, tudo leva a crer que o álbum Cirandaia será politizado e enraizado em temas atuais como a crise climática que ameaça a sobrevivência do planeta Terra. Esperar um disco no nível de Feijão com arroz (1996) ou mesmo Sol da liberdade (2000) talvez seja sonhar alto demais. Mas sonhar custa nada.
O fato é que, de certa forma, o álbum Cirandaia encerra as comemorações dos 40 anos da música rotulada genericamente como axé music. Uma das vozes referenciais desse universo afro-pop-baiano, Daniela Mercury teve moral para reunir os vocalistas dos principais blocos afros da Bahia na regravação de Axé Salvador, uma das 12 músicas de Cirandaia.
Enfim, falta pouco para o álbum Cirandaia cair no mundo. E a expectativa é boa!
